Exposições

FOTO NA MESA – Missão BC

Brooklyn Street Market

O que: Exposição Foto na mesa – Missão BC

Onde: Brooklyn Street Market

Quando: de 13 a 15 de julho das 18h às 22h

Foto na mesa – Missão BC

A exposição Foto na Mesa apresenta fotografias realizadas por 10 fotógrafes participantes da Missão Fotográfica Nefa BC com o tema cartografias da cidade. Nosso foco da missão foi a fotografia como prática criadora que, ao mesmo tempo, é arte e documento, em um movimento onde os fragmentos da observação da realidade são entrelaçados com as bagagens culturais, subjetividades e expectativas estéticas de seus autores que, com uso da fotografia, elaboraram suas narrativas poéticas, mais verossímeis ou mais ficcionais, sugerindo a visualidade de uma realidade que é também narrativa de si e indagando o paradoxo objetivo e subjetivo ao apresentar um documento poético do metabolismo social de uma cidade diversa.

E para falar desta cidade balneário que se anuncia pela presença do mar, Soninha Vill traz o olhar para um lugar que está entre a percepção, o movimento e o imaginário no fluxo de quem trafega pela BR 101 e observa o crescimento do concreto e, paradoxalmente, o sonho da vida que ostenta luxo junto ao mar. Em “(De)Passagem para o mar” a autora questiona esta imagem única que é vendida como verdade plasmada e idealizada.

Já dentro da cidade, Diorgenes Pandini observa e documenta, a partir da faixa de areia junto à principal avenida da cidade, o fenômeno do crescimento verticalizado que cria uma barreira artificial impedindo que a luz do sol chegue à praia no período vespertino. No ensaio “Lugar ao sol” o autor indaga: Até quando é válido privatizar a luz do sol?

Carla Bordin permanece na faixa de areia e suas imagens configuram por meio de uma atmosfera difusa a relação com os “desconhecidos” que compartilham a areia do balneário e, construindo uma paisagem de afastamento, coloca-nos no lugar do passante que vê de longe e não consegue ver direito.

Por outro lado, é para longe do concreto, onde o mar encontra a terra, que Rivo Biehl nos leva a conhecer outra Balneário Camboriú, sem buzinas, sem turistas, sem luzes artificiais. O ensaio “costões” é o avesso do caos visual, o que o fotógrafo chama de lugar onde “a calma rígida dos costões e a suavidade do mar se encontram”.

Felipe Gallarza revela outros “espaços líquidos”, os ocultos sob a cidade, em uma pesquisa visual que trata do processo de desenvolvimento do município de Balneário Camboriú como um retrato dessas interações ocorridas entre o ser humano, a cidade e seus corpos hídricos.

E foi na Foz do Rio Camboriú, que divide o Bairro da Barra, onde vivem pescadores, da Barra Sul, com suas marinas, lanchas e iates, que Cícero Viégas viu um conflito entre sonho e realidade nas diferenças explicitas a partir das embarcações que navegam as mesmas águas.

Nesta mesma cidade, Thainara Giraldi nos leva para o universo de uma jovem que vive e trabalha na cidade e através de imagens do “ordinario” expõe parte de sua vivência durante o ano de 2020 e, também, lembranças dos poucos e saudosos dias pré-pandemia. Um ensaio permeado de sentimento de perda, angústia, despedidas, incertezas, rotinas adaptadas, máscaras e máscaras que muitas vezes usamos durante toda vida.

O fotógrafo Lucas Correia, também morador da cidade, no ensaio “en passant” pensa sobre o movimento migratório que ocorre em Balneário Camboriú desde a década de 1960. Uma cidade que recebe pessoas de todo o Brasil, que buscam, em sua grande parte, oportunidades de emprego, melhora na qualidade de vida ou simplesmente um veraneio. A cidade, por sua vez, oferece boa infraestrutura, mas a variedade de pessoas de passagem simboliza também a contrariedade ao pertencimento local.

A cidade é heterogênea e foi na diversidade que Paloma Gomide foi buscar a força feminina como protagonista na comunidade do “Quilombo Morro do boi”, em um encontro que, segundo a fotógrafa, foi como “olhar no espelho, e nos conhecer através delas”.

Da mesma forma, Flavio Fernandes expõe nas suas imagens a prática familiar da “farinhada”, uma celebração cultural sobre o modo de fazer farinha artesanal, que sobrevive no último engenho em funcionamento no município de Balneário Camboriú.

Em meio a pandemia de covid 19, vivida desde o início de 2020, o olhar de Celso Peixoto traz uma reflexão sobre o esvaziamento dos espaços tradicionais da cultura e a luta dos artistas para manterem-se em atividade, pois “o show tem que continuar” lembrando que Balneário Camboriú é marcada pela força e organização do fazer artístico em diversos setores de atuação, fundamental e marcante na personalidade da cidade.

Lucila Horn

Artistas participantes

Carla Bordin

Celso Peixoto

Cícero Viégas

Diorgenes Pandini

Felipe Galarza

Flavio Fernandes

Lucas Correia

Paloma Gomide

Rivo Biehl

Soninha Vill

Thainara Girardi